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domingo, 3 de junho de 2012

Os sonetos do Só, de António Nobre


Os “Sonetos” do , de António Nobre



[texto apresentado  no colóquio Nobre/Nemésio, realizado na FFLCH/USP, em 2001]


Quando comecei a pensar nos sonetos de António Nobre, estava lendo o na segunda edição, a última em vida do autor.
            Minha primeira observação foi que, no conjunto de 8 seções que compõem o , apenas uma se nomeia aparentemente segundo a forma dos poemas nela dispostos: justamente a dos “sonetos”, integrada por 18 peças, sem título e numeradas seqüencialmente. As demais se nomeiam ou de acordo com o recorte temático (nesse caso, é ainda preciso separar as que levam o nome do poema único que encerram e as que englobam vários poemas e têm nome diferente de qualquer deles), ou de acordo com o tom, o registro genérico dos poemas, “elegias”.[1]
            Dessa constatação, decorre muito naturalmente uma questão crítica: seria “sonetos” uma designação apenas formal? Isto é: “sonetos” significa “o conjunto dos sonetos do Só?”. A questão se apresenta, durante a leitura, porque o penúltimo poema da seção imediatamente anterior é um soneto: o intitulado “Menino e moço”. Se “Menino e moço” é um soneto e não está no conjunto denominado “sonetos”, algo parece estranho. Assim também o percebeu Amorim de Carvalho, que no seu Tratado geral da versificação, tratou de descobrir uma explicação para a aparente contradição. De fato, observando que, “Menino e moço” sendo um soneto em versos alexandrinos, seu oitavo verso é decassílabo, especulou desta forma: “A anomalia dum só verso, fácil de corrigir, mas que António Nobre quis manter – era, ao tempo, já uma certa ousadia –, explicará por que o poeta colocou o soneto fora do conjunto dos seus sonetos do ?”.[2]
            Se tivesse estendido sua indagação à totalidade do , Amorim de Carvalho veria que essa explicação não funciona, pois na seção denominada “Elegias” existem dois outros sonetos alexandrinos sem qualquer problema de heterometria: “Santa Iria” e “Enterro de Ofélia”.[3]
Ou seja, são 3 os sonetos que não integram a seção “Sonetos”. Portanto, podemos já dar por certo que esse título não significa “o conjunto dos sonetos do ”. Ora, se não é uma marcação que indica uma constante formal, só resta buscar outra explicação para o título. Na minha opinião, ‘sonetos’ é uma referência ao livro mais prestigioso denominado de acordo com a forma, surgido nos anos de formação de Nobre: os Sonetos de Antero, concebido e divulgado como um livro de autobiografia intelectual. Nas palavras do seu autor: “Ele forma uma espécie de autobiografia de um pensamento e como que as memórias de uma consciência”. Ou, no dizer de Oliveira Martins, uma coleção de poemas que se organiza de forma simultaneamente “biográfica e cíclica”.
Entretanto, para compor essa “memória de um pensamento”, ou esse desenho “biográfico e cíclico”, a ordenação dos sonetos de Antero foi feita tendo como critério organizativo a suposta cronologia dos textos. O que parece muito razoável, num tempo em que poesia e vida, poesia e autobiografia, poesia e confissão eram termos que possuíam uma ampla faixa de sobreposição de sentido comum, embora hoje saibamos que, para não violentar nem a cronologia suposta, nem o desenho da evolução espiritual deseja, Antero e Oliveira Martins tiveram de proceder a “adaptações” na posição relativa de alguns sonetos.
Ora, se a leitura dos “sonetos” de Nobre revela um claro desenho temático, que é também um desenho, digamos assim, “biográfico”, a marcação das datas de composição dos poemas não permite nenhuma postulação semelhante à que se encontra no livro de Antero.[4] De fato, as datas oscilam sem ordem aparente entre 1884 e 1991, bem como os locais de composição, apostos ao poema. Isso me levou a pensar que já para Nobre autobiografia espiritual e autobiografia positiva não eram já a mesma coisa. Ou, dizendo de outra forma: que  para Nobre o desenho ideal da personalidade era uma construção a partir de experiências várias, vividas em momentos vários. O que não é sem importância para a compreensão da poesia de Nobre, tantas vezes entendida como pura confissão espontânea.
Isto posto, e mantida a distinção entre construção biográfica e autobiografia, voltando à ordenação da seção “Sonetos”, parece fácil identificar o desenho biográfico ali presente: o conjunto abre com um poema que apresenta o conjunto e que ocupa, na seção, o mesmo lugar que Memória na totalidade do livro, e a seguir prossegue tematizando o nascimento (soneto 2), a infância (soneto 3) e prossegue pela juventude, até a constatação do fracasso (soneto 13), o exílio voluntário (soneto 14) o terror da morte (sonetos 15 e 16), a constatação do caráter ilusório da vida (17)  e, por fim, da inutilidade de todos os esforços, com o conseqüente desejo de descanso, só possível na aniquilação. Em seguida, pude investigar a hipótese de que a seção dos “sonetos”, vindo ao final do livro, funcionava como uma espécie de recolletio, de retomada sintética, dos temas e motivos que constituem o Só. Nessa etapa de trabalho, pareceu-me bastante plausível que há uma homologia de estrutura entre “sonetos” e a totalidade do .
Nessa homologia, o primeiro soneto tem função muito parecida com Memória, traduzindo “o livro mais triste que há em Portugal” no “missal dum torturado” e no “talvez choreis, talvez vos faça pena”. Já o segundo soneto glosaria, em contraste irônico, o poema “Antonio”, pois em ambos se tematiza a origem heróica, os lobos-d’água, o ‘lusíada’. O terceiro, por sua vez, com a sua “idade em que se é conde assim” pareceu-me ecoar nitidamente o tempo evocado em “Lusitânia do Bairro Latino”, “menino e moço, tive uma Torre de leite, / Torre sem par!”. Prosseguindo a linha de leitura, a Purinha apareceria transfigurada nas virgens que passam ao sol poente, e assim por diante, até o soneto 18, cujo anseio pelo descanso proporcionado pela morte me parecia aproximar o final da seção do final do livro, com os “Males de Anto”.
Estava nesse ponto das minhas especulações, tentando levar adiante essa hipótese, quando me ocorreu verificar o que se tinha passado entre a primeira e a segunda edições, no que diz respeito ao conjunto que me interessava. Essa verificação acabou por alterar as minhas hipóteses de trabalho.
É certo que o cotejo de várias edições de um livro não nos deve iludir: a última edição tem autonomia completa e não depende, no que diz respeito ao seu sentido geral ou particular, daquilo que ela efetivamente substitui. Nesse sentido, é possível continuar a refletir na linha antes apontada: a leitura de “sonetos” como uma recollectio do . Ela não se enfraquece minimamente por conta do que vou dizer, como também não se enfraquece a leitura da seção dos sonetos como um tributo a Antero, na clave autobiográfica. Nesse caso, o distanciamento irônico do sujeito dos sonetos, em relação ao sujeito dos demais poemas do , pode mais facilmente entendido e motivado.
Mas o que me pareceu mais interessante, de momento – mais interessante do que desenvolver essas duas linhas de leitura seqüencial dos “sonetos” – foi pensar de outra forma, lançando uma terceira e mais radical hipótese de leitura, para que especulemos aqui sobre ela.
Vejamos, para formular essa última hipótese, a estrutura do livro nas duas edições em vida do autor. A listagem dos títulos já permite perceber as grandes alterações no desenho da obra:

Para ter uma idéia melhor das alterações de ordem, de título e de quantidade de peças entre uma edição e outra, basta considerar a seguinte tabela:

O que me chamou a atenção foi reconhecer o conjunto dos “sonetos” num agrupamento com título temático. Também me chamou a atenção que esse conjunto não era composto, na primeira edição, apenas de sonetos, mas que era encerrado por um poema em quintilhas.
“Terças-feiras” é um nome muito significativo, dentro do . De fato, no poema “António” lemos:

Ao mundo vim, em terça-feira
Um sino ouvia-se dobrar! [...]
Vim a subir pela ladeira
E, numa certa terça-feira,
Estive já pra me matar.

A terça-feira, assim, no léxico de Nobre, é o dia aziago, a data marcante em que se revela e reitera um destino de eleição negativa. Na primeira edição, o conjunto vinha acrescido de alguns sonetos depois suprimidos e todos tinham título. O soneto que passou a ser o primeiro na segunda edição, o que nela começa com o verso “em horas que lá vão, molhei a pena”, antes se denominava “Prólogo” e tinha uma variante no primeiro verso, que se lia: “em horas de aflição, molhei a pena”. Esse título e esse primeiro verso, como se vê, reforçam a leitura do título: são horas de aflição as terças-feiras, são momentos de provação na via-crúcis que é a vida do autor/personagem do . Isto reforça a idéia de que os “sonetos” sejam uma autobiografia, nos moldes anterianos: um conjunto de poemas nos quais se sintetiza, em momentos cruciais, um percurso biográfico.
A relação entre o título do conjunto de poemas e a estrofe do poema “António” é clara e é reforçada pelo inusitado da denominação. Mas se fosse precisa uma prova de que ela existe, bastaria consultar as correções de Nobre à primeira edição do , com vistas à elaboração da segunda. Lá, vemos que ele, em algum momento, pensou em manter o conjunto denominado “Terças-feiras”, mudando-lhe apenas o nome para “Sextas-feiras”, provavelmente para acentuar o paradigma crístico que percorre o livro. Mas, quando pensou em fazer isso, tratou igualmente de corrigir, no poema “António”, os versos que falavam em terça-feira, mudando aí também o dia da semana. Ou seja, Nobre queria manter a relação entre os versos e o título da seção, o que reforça a associação entre as “Terças-feiras” e aquela estrofe de “António”. Também a reforça o fato de que, quando resolveu mudar de lugar as “Terças-feiras” e rebatizá-las de “Sonetos”, voltou atrás na correção dos versos de “António”, o que mostra que a correção se devia exclusivamente à alteração do título do conjunto dos sonetos.
No que diz respeito à ordenação, o conjunto das “Terças-feiras” é muito semelhante ao dos “Sonetos”, como se pode ver na tabela a seguir:



Ora, se a progressão dos sonetos era praticamente a mesma na primeira e na segunda edições, exceto por 3 textos, que foram suprimidos, vejamos que textos são esses. São dois sonetos que precediam o “Prólogo” e o que se intitulava “Ai de mim!” O primeiro deles era uma espécie de envoi: “Ao Alberto”. Sua supressão (embora possa ser explicada também pela razão privada do estremecimento da relação de Nobre com Alberto de Oliveira, a quem era dedicado o soneto e, assim, a seção inteira) contribui para integrar o conjunto “sonetos” no corpo do livro, bem como contribui para o mesmo fim a supressão dos títulos muito pontuais, quase todos exclamativos, que tinham sabor a registro em diário (gosto esse inconsistente, aliás, considerando a ordem das peças e as datas de composição). De modo que, na minha avaliação, a supressão do “envoi”, dos três sonetos e dos títulos de todos fez com que o conjunto ganhasse em força e em amplitude simbólica., reforçando, ao mesmo tempo, pela acentuação da linha temática e “cronológica”, a possibilidade de leitura do conjunto como autobiografia espiritual.
Julgando plausíveis as hipóteses de leitura que havia formulado sobre a seção “sonetos” da segunda edição do , comecei então a refletir sobre a posição relativa das seções “Terças-feiras” e “Sonetos”, no corpo dos dois volumes.
A primeira constatação a fazer é que o conjunto de sonetos sofreu uma mudança radical de posição: admitido o desenho temático acima esboçado (anotações de momentos fortes na vida do sujeito lírico do ), o deslocamento da posição inicial para a posição quase final, bem como a divisão de todo o volume em seções com subtítulo, parece claro que o sentido do conjunto adquire conotações muito diferentes em cada um dos livros.
Quanto à posição, é interessante considerar a relativa simetria inversa do lugar do grupo das “Terças-feiras”/“Sonetos”. O , na primeira edição era composto por 29 peças, além do conjunto “Terças-feiras”; na segunda edição, são já 34 peças, além do conjunto dos “Sonetos”. Na primeira edição, as “Terças-feiras” apareciam na oitava posição seqüencial, logo depois de “Memória”, “António”, “Menino e Moço”, “Os cavaleiros”, “Purinha”, “Elegia” e “Os sinos”. Na segunda edição, os “Sonetos” aparecem perto do final do livro, seguidos das sete elegias e do poema final “Males de Anto”.
Ou seja, se as “Terças-Feiras”/“Sonetos” reproduzem de alguma forma o desenho temático do , na primeira edição elas tem a função de um anúncio, uma espécie de mapa do caminho. Na segunda edição, como já assinalei acima, de recollectio, de retomada sintetizadora do trajeto desenhado ao longo do livro. Essa posição algo especular poderia ser justificada com outros argumentos, mas de momento julgo que o mais interessante é observar que “Elegia”, que na primeira edição vinha antes das “Terças-feiras”, na segunda vem após, vindo esse título a denominar todo o conjunto de poemas em que a antiga “Elegia”, agora renomeada “Na estrada da Beira”, passa a integrar.
 Feita essa constatação, ocorreu-me esta terceira hipótese de trabalho, que agora interpela não a segunda edição do , mas a gênese do livro, enquanto objeto articulado segundo um plano significativo. Essa hipótese constitui, na verdade, a negação daquela que expus logo no começo desta apresentação, e consiste no seguinte: se, lendo a segunda edição,  tive a impressão de que os “Sonetos” consistiam na síntese do desenvolvimento temático do livro, preparando o momento elegíaco e permitindo o gran finale dos “Males de Anto” (e aqui seria preciso lembrar os comentários de Paula Morão sobre a redução de António a Anto), agora, com o cotejo das edições, minha intuição é a de que os sonetos das “Terças-feiras”, isto é, o seu desenho temático, sua progressão, constituem a matriz da arrumação final dos poemas do na segunda edição.
Na primeira edição, vale lembrar, todos os poemas até o soneto número 3 (que é o que vai abrir o conjunto, na segunda edição), vêm datados de “Paris, 1891”. Isso dá a essa edição um movimento que já não está presente na segunda: o livro se estrutura a partir do exílio, sendo os sonetos o primeiro momento em que a data da composição está situada fora da perspectiva parisiense. E tão forte é essa perspectiva que, para não quebrá-la, Nobre, antes de alterar radicalmente a estrutura do livro, julgou dever explicitar esse ponto de vista, ensaiando interessantes subtítulos ao poema “Purinha”: Ideal cristão, Ideal dum poeta místico, Ideal dum parisiense, Ideal fim-de-século e, por fim, Ideal dum decadente. 
Não preparei muitas justificações para esta asserção de que as “Terças-feiras” constituem a matriz da rearrumação do , exceto as que podemos encontrar na observação do movimento dos poemas de uma edição para outra. Mas creio que é uma fecunda hipótese de trabalho, para quem se interessar pela estrutura do . E já que estou aqui expondo apenas hipóteses interpretativas, que ainda precisariam ser ensaiadas num texto mais longo, queria logo registrar que mesmo a substituição do poema “Memória” (que era um texto dedicado ao pai e à mãe, intimista e circunscrito ao domínio familiar) pelo poema homônimo (que agora ganha uma dimensão simbólica muito mais ampla) me parece ser um movimento no sentido de adequar todo o desenho do livro ao movimento expresso nos sonetos.
Tinha pensado e preparado, para esta fala, uma apresentação do movimento interno do núcleo dos “sonetos”, com especial atenção, nele, para o número quatro, que me parece um dos mais belos da língua portuguesa. Mas depois, pensando bem, julguei que, nesta reunião, seria mais interessante apenas dar forma a algumas intuições confusas de leitor. Já que não sou especialista no poeta, tentei assim fazer da deficiência uma vantagem; e da ingenuidade, um trunfo e uma bandeira na homenagem a este poeta que durante tantos anos passou pelo mais ingênuo e espontâneo, além de o mais triste que já houve em Portugal.



Bibliografia:

Morão, Paula. O de António Nobre – uma leitura do nome. Lisboa: Editorial Caminho, 1991.
Nobre, António. . Paris: Missão Permanente de Portugal Junto da Unesco, 1992 (repr. fac-similar do exemplar da primeira edição do , anotado pelo poeta)
Nobre, António. Só. Porto: s/e, 1939 (6.ª ed.)


Anexo – lista dos poemas e seções da segunda edição do :

Memória, s/d
ANTONIO
                Antonio                                  (Paris, 1891)
LUSITÂNIA NO BAIRRO-LATINO
                Lusitânia no Bairro-Latino      (Paris, 1891-2)
ENTRE-DOURO-E-MINHO
                Purinha                                   (Paris, 1891)
                Canção da felicidade               (Paris, 1892)
                Para as raparigas de Coimbra (Coimbra, 1890)
                Carta a manoel                        (Coimbra, 1888,89,90)
                Saudade                                  (Paris, 1894)
                Viagens na minha terra           (Paris, 1892)
                Os figos pretos                       (Coimbra, 1889)
                Os sinos                                 (Paris, 1891)
LUA CHEIA
                Da influência da lua                (Porto, 1886)
                D. Enguiço                              (Paris, 1893)
                O meu cachimbo                     (Coimbra, 1889)
                Balada do caixão                     (Paris, 1891)
                Febre vermelha                       (Leça, 1886)
                Poentes de França                   (Paris, 1891
                À toa                                       (Porto, 1885)
                Ao canto do lume                   (Paris, 1890-1)
LUA QUARTO-MINGUANTE
                Os cavaleiros                          (Paris, 1891)
                A vida                                     (Paris, 1891)
                Adeus!                                    (Paris, 1893)
                Ladainha                                                (Paris, 1894)
                Fala ao coração                       (Coimbra, 1888)
                Menino e moço                       (Leça, 1885)  /soneto/
                O sono de João                       (Paris, 1891)
SONETOS
I                                              (Coimbra, 89)
II                                            (Coimbra, 89)
III                                           (Porto, 87)
IV                                           (Porto, 86)
V                                            (Porto, 84)
VI                                           (Hamburgo, 91)
VII                                          (Porto, 89)
VIII                                        (Leça, 89)
IX                                           (Coimbra, 90)
X                                            (Coimbra, 89)
XI                                           (Coimbra, 88)
XII                                          (Colônia, 91)
XIII                                        (Coimbra, 89)
XIV                                        (Oceano Atlântico, 90)
XV                                          (Golfo de Biscaia, 91)
XVI                                        (Canal da Mancha, 91)
XVII                                       (Mar do Norte, 91)
XVIII                                      (Paris, 91)
ELEGIAS
                A sombra                                               (Coimbra, 1888)
                Pobre tísica                             (Leça, 1889)
                Santa Iria                                                (Leça, 1885) /soneto/
                Enterro de Ofélia                    (Leça, 1888) /soneto/
                Na estrada da Beira                                 (Paris, 1891)
                Ca (ro) da (ta) ver (mibus)      (Leça, 1885)
                Certa velhinha                         (Paris, 1891)
MALES DE ANTO
                Males de Anto
1.A ares numa aldeia;
2 Meses depois, no cemitério
(Paris, 1891)





[1] Seções compostas por poema único: “Antonio”, “Lusitânia no Bairro Latino” e “Males de Anto” (este em duas partes, que talvez possam também ser consideradas dois poemas); denominações temáticas: “Entre-Douro-e-Minho” (8 poemas), “Lua cheia” (7 poemas), “Lua quarto-minguante” (8 poemas); denominação genérica: “Elegias” (7 poemas).
[2] Amorim de Carvalho. Teoria geral da versificação. Lisboa: Editorial Império, 1987, vol. II, p. 102
[3] Ver, ao final deste texto, a tabela do Anexo, que apresenta a sucessão dos poemas na segunda edição. Nela, os sonetos que não integram o núcleo denominado “Sonetos” vêm identificados entre / /.
[4] Ver a tabela do Anexo 1, no final deste texto.